Juarez- Olá amigos. O assunto de hoje, com muita alegria e respeito, é sobre Práticas Integrativas e Complementares. Eu sou Juarez e hoje temos uma especialista no assunto para podermos conversar. Lucilene Wolff é psicóloga, especialista em psicologia transpessoal, professora nessa abordagem, acompanha grupos há alguns anos e hoje nós temos esse assunto tão importante para a sociedade, falar dessas técnicas, dessas práticas a que chamamos integrativas e complementares, tão úteis para a nossa sociedade, não é mesmo Lucilene? Não são importantes para a nossa sociedade essas práticas?

Lucilene – Exatamente. Sim Juarez, porque as práticas integrativas e complementares se utilizam de conhecimentos de longa data. O que são as práticas integrativas complementares? São práticas que utilizam recursos terapêuticos que têm um longo caminho na tradição, nas abordagens.

Juarez – E elas complementam outras práticas.

Lucilene – E elas se completam com outras práticas de outros profissionais como, por exemplo um trabalho psicoterápico ou uma prática integrativa de meditação. O profissional baseia o seu trabalho e coloca dentro do seu projeto terapêutico a prática da meditação. E também outros profissionais podem utilizar-se delas, fazerem os cursos direcionados a essas áreas.

Juarez – Sim. E são práticas que nascem com as comunidades regionais. São práticas como a utilização de chás de plantas de uma determinada região, por exemplo. São práticas culturais que, assimiladas pelo psiquismo humano, vão trazer benefícios complementares a um tratamento. Dentro da abordagem da psicologia transpessoal, inclusive, elas são abundantemente estudadas, não é Lucilene, você que é professora da área. Como é que você percebe esse estudo das práticas integrativas e complementares dentro da abordagem da psicologia transpessoal?

Lucilene – Dentro do próprio curso e dentro do nosso estudo, o que eu nós buscamos fazer? A cada vez mais, aprimorar essas práticas porque entre isso a gente vai obedecendo o que orienta a Organização Mundial de Saúde que, desde a década de 70, vem pautando, orientando os países que participam da (3:10) …, que participam da ONU, a se utilizarem dessas práticas, que as reconheçam porque isso obedece o que se chama de integralidade que é olhar para o interagente, que é olhar para o usuário, olhar para o cliente de acordo com aquilo que vem da sua tradição, de acordo com aquilo que vem da sua comunidade. Então, se nós temos em uma comunidade pessoas que trabalham, que fazem cursos especializados em aromaterapia que é uma das práticas reconhecidas pelo SUS, Constelações Familiares. Inclusive o Brasil é referência em práticas integrativas dentro das comunidades de base, dentro da saúde integral, e os cursos que nós oferecemos respeitam o conhecimento. São cursos com muito estudo, com muito aprimoramento dessas práticas, para que a gente possa oferecer, como terapeutas, àqueles que não tem uma formação, não são psicólogos, mas podem se tornar terapeutas. Eles podem se utilizar dessas práticas e atenderem aos seus clientes.

Juarez – E que bacana, não é Lucilene, que as ciências, de um modo geral, elas evoluem a serviço da humanidade, mas o importante é que o psiquismo humano tem as suas particularidades. O ser humano nasce em uma determinada região, dentro de uma cultura que tem saberes próprios, então, quando um profissional como o psicólogo, o médico, o dentista, o nutrólogo, está acompanhando um profissional ele pode, também, fazer uso de práticas integrativas e complementares, que aí já são outros profissionais, mas às vezes essas práticas são associadas por profissionais das ciências mais tradicionais, mais conhecidas, utilizando-se de elementos, de práticas, de técnicas que contribuem para o trabalho desse ser humano, até porque o psiquismo humano, inegavelmente, faz parte de qualquer trabalho, ele é, na verdade, o ponto mais importante de qualquer trabalho, seja na medicina, na odontologia, em qualquer área científica. Importante ele contribuir, ele buscar reforço para esse tipo de trabalho e essas práticas, não é Lucilene, que são muito antigas, até milenares como a ioga, por exemplo.

Lucilene – Como a ioga, a ayurveda, que entende o ser humano dentro do seu contexto alimentar, psicológico e até mesmo familiar. Podemos ver como exemplo a Constelação Familiar, que está hoje muito divulgada, entende de uma forma de integralidade.

Juarez – Perfeito. Muito importante esse assunto de sempre fazer parte dos diálogos sociais, dos diálogos científicos e hoje nós temos, de certa forma, o reconhecimento das legislações vigentes no mundo todo, inclusive com o apoio da ONU, para a recomendação da regionalização, e que essas práticas complementares e integrativas, como o próprio nome diz, sejam respeitadas e, principalmente, utilizadas no apoio dos tratamentos do ser humano.