RESUMO: Os Livros e Você

A- DADOS GERAIS SOBRE O AUTOR E A OBRA

Título da obraOs Livros e Você

Nome do autorW. Somerset Maugham

Data da 1ª edição1940

Língua originalInglês

Tradutor(es): Pablo Guimarães

Data da edição lida2024

Data do resumo: Maio de 2025

Total de páginas lidas: 94

B – SOBRE O AUTOR DO RESUMO:

Autor(a): Sandra Fatima Valandro

Diretora Administrativa. Pedagoga. Especialista em consultoria Empresarial. Mentora para Líderes, Executivos e Empresários. Sócia fundadora do Instituto Morada das Tradições e Estudante de Tradições no Grupo Morada das Tradições.

RESUMO

Trata-se do livro Os Livros e Você – Clássicos da literatura que podem ampliar a sua visão de mundo, do autor W. Somerset Maugham, um célebre dramaturgo, romancista e escritor de contos britânico. Esta é a 1ª edição traduzida do inglês para o português, publicada em 2024. A obra reúne três artigos originalmente publicados na revista Saturday Evening Post, agora apresentados como uma introdução acessível, sensível e prazerosa à literatura clássica. Maugham recomenda livros que, além de agradáveis, possam ampliar a sensibilidade e proporcionar uma compreensão mais profunda da natureza humana e de si mesmo. Ciente das limitações de espaço, o autor seleciona apenas uma obra por autor, privilegiando aquelas que considera verdadeiras obras-primas. Escreve como um leitor atento à alma humana, e não como um crítico acadêmico ou técnico. Para ele, a legibilidade é essencial: um livro só se torna significativo quando provoca empatia, curiosidade e sentido no momento presente do leitor. Defensor da leitura como experiência pessoal, Maugham rejeita o esnobismo literário e a submissão a regras fixas. Valoriza o prazer e a liberdade de interpretação, afirmando que a opinião do leitor é soberana diante de qualquer juízo técnico ou autoridade crítica. No capítulo dedicado à literatura americana, adota uma abordagem distinta da europeia, incentivando o leitor a fazer suas próprias escolhas, sem apego ao prestígio consagrado. Analisa ainda três romances: The Eustace Diamonds, O Egoísta e Middlemarch, destacando este último por sua estrutura narrativa e profundidade humana e social. Ao final, reforça o valor da leitura como instrumento de pensamento e expressão, citando Samuel Johnson: “Os que não leem nada têm para pensar e pouco para dizer” (Maugham, 2024, p. 22). Em outro momento da obra, afirma: “Nenhum livro é legível se você não tem curiosidade, nem empatia. Para que seja legível, um livro deve significar algo para você aqui e agora” (Maugham, 2024, p. 12).

O livro é composto por três capítulos. No primeiro capítulo, W. Somerset Maugham explica que, ao mencionar em outro livro que era frequentemente procurado por jovens em busca de orientação sobre leitura, acabou recebendo muitos pedidos de recomendação, o que o motivou a escrever este guia. Ele afirma que a leitura deve, antes de tudo, ser agradável. Não se trata de livros exigidos por provas ou obrigações profissionais, mas de obras que enriquecem a vida e ampliam a visão do mundo. O autor se dirige a leitores adultos que desejam aproveitar o tempo livre com leituras significativas, e não a estudiosos obsessivos. Alerta que cada pessoa tem preferências próprias e que, embora os livros citados tenham sido essenciais para ele, caberá a cada leitor julgá-los com base em sua experiência. Para Maugham, o hábito da leitura proporciona prazer intelectual duradouro e funciona como um refúgio das dificuldades da vida. Ele compartilha, inclusive, sua rotina pessoal de leitura, adequando os tipos de livros ao estado de espírito e momento do dia, filosofia e ciência pela manhã, história e ensaios à tarde, romances à noite, com poesia e obras leves sempre à mão. O capítulo encerra com uma lista comentada de grandes autores da tradição inglesa como Defoe, Swift, Fielding, Samuel Johnson, Emily Brontë, considerados por ele parte da herança comum dos povos de língua inglesa e dignos de leitura por seu valor humano e literário.

No segundo capítulo, Somerset Maugham amplia sua seleção para além da literatura inglesa, tratando de obras escritas originalmente em outros idiomas, desde que disponíveis em boas traduções. Ele exclui a poesia estrangeira da lista, pois acredita que sua beleza reside na sonoridade e nas associações íntimas com a língua materna, o que se perde na tradução. Entre os autores destacados, menciona Cervantes e seu inesquecível Dom Quixote, símbolo da nobreza de espírito; e Montaigne, cujos Ensaios revelam um autor humano, tolerante e lúcido, oferecendo ao leitor não só reflexões sobre a condição humana, mas também uma relação quase íntima com sua personalidade. Maugham destaca ainda Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister, de Goethe, por sua profundidade, variedade de personagens e ideias. Reconhece que protagonistas de romances autobiográficos tendem a parecer apagados, mas ressalta que o contexto e os personagens ao redor tornam essa obra rica e instigante. Dos autores russos, destaca Os Irmãos Karamázov, de Dostoiévski, como uma leitura essencial. Admite que certas passagens são densas, mas defende que vale a pena atravessar essas páginas, mesmo que o leitor escolha pular trechos, o que, aliás, ele próprio não consegue fazer com facilidade. O capítulo encerra com considerações sobre a literatura francesa, elogiando sua prosa refinada, sua influência duradoura sobre a literatura inglesa e a qualidade de seus escritores, marcada por clareza, equilíbrio e profundidade. Maugham não deseja apenas fornecer uma lista de títulos, mas despertar o interesse genuíno do leitor. Espera que cada livro recomendado se torne uma fonte de prazer e transformação pessoal, algo que enriqueça o espírito e faça diferença na vida de quem lê.

No terceiro capítulo, W. Somerset Maugham aborda a literatura americana com o olhar consciente de um leitor estrangeiro. Ele reconhece que leu muitos autores dos Estados Unidos de forma ocasional e sem o envolvimento emocional de um leitor nativo, assumindo que suas opiniões carregam um viés britânico e podem divergir do senso crítico predominante nos EUA. Reforça, mais uma vez, que a leitura deve ser fonte de prazer, não uma obrigação intelectual ou patriótica. Em sua avaliação, muitos críticos americanos parecem mais interessados em aspectos históricos, sociais e ideológicos dos autores do que em qualidades literárias como estilo, estrutura narrativa e criação de personagens. Para Maugham, isso ignora o essencial: que a literatura é uma arte, e o papel da arte é deleitar. Ele propõe examinar apenas obras consideradas clássicas, evitando comentários recentes ou efêmeros. Entre os primeiros exemplos, destaca a autobiografia de Benjamin Franklin, elogiando sua clareza e simplicidade. Em seguida, menciona Henry James e o romance The American, ressaltando a habilidade narrativa do autor, sua elegância de estilo e a construção de suspense. Embora considere a obra não essencial, admite seu valor como leitura agradável e bem conduzida. O capítulo culmina com a admiração por Moby Dick, de Herman Melville, que classifica como um grande livro. Também reconhece a importância inovadora de Walt Whitman, que rompe com as convenções poéticas ao revelar o lirismo presente nas experiências cotidianas. Ao longo do capítulo, Maugham reafirma que, acima de tudo, bons livros são aqueles que falam diretamente ao leitor, oferecendo beleza, reflexão e prazer duradouro, qualidades que transcendem nacionalidades ou tendências críticas.

PALAVRAS-CHAVE

Leitura. Prazer. Clássicos. Humanidade. Empatia.